
CASA
DE FORÇA
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PISO
TÉRREO

O CORAÇÃO VOLTA A PULSAR!
A Casa de Força é o coração, o centro de toda a operação de uma hidrelétrica. É neste lugar que a magia da eletricidade efetivamente acontece. No passado transformando a energia hidráulica em energia elétrica para abastecer cidades, indústrias e tudo o mais que dela necessita, e agora transformando histórias e memórias em descoberta e conhecimento.
Testemunho inigualável do desenvolvimento industrial e tecnológico brasileiro, esta casa, com suas amplas janelas que descortinam a natureza, não deixa esquecer que ela é a fonte de tudo que acontecia e acontece aqui e principalmente da água, cuja força tem auxiliado o homem a movimentar suas máquinas desde a Antiguidade.
As linhas no piso que simulam um grande circuito elétrico conectam os elementos de todo o espaço e permitem compreender os fluxos da água, da energia elétrica e da história.
Preservada e contemporânea em sua museografia, a Casa de Força da Usina Maurício é um convite à imaginação e um tributo ao trabalho humano que permitiu construí-la e superar imensos desafios em sua operação por tantas décadas.
TRANSDUTORES
Transdução: processo de conversão de uma forma de energia em outra, preservando a informação do sinal original. É o que fizeram aqueles que, em meio à Mata Atlântica, ergueram esta Casa de Força – traduzindo corredeiras em eletricidade, força da natureza em luz civilizatória. Entre o gesto épico dos fundadores e quem hoje reimagina este espaço, décadas e linguagens distintas, mas uma intenção comum: dar forma ao fluxo, traduzir potência em presença, tornar visível o invisível.
Oito colunas de LED suspendem-se onde turbinas giravam. Não por nostalgia, mas por ressonância. A eletricidade que iluminou cidades retorna como linguagem: padrões luminosos nas quatro faces de cada coluna, pulsando em frequências visuais que dialogam com fluxos que atravessaram este lugar. Na base, alto-falantes expandem essa lógica em som; no perímetro, difusores completam a malha. Tudo ressoa – luz convocando luz, forma evocando forma.
O número 8 estrutura essa conversa entre tempos. Os oito trigramas do I Ching que mapeiam mutações; a oitava musical onde frequências duplicam e renascem; os oito bits que codificam toda informação digital; as oito fases da lua regendo ciclos; os oito elétrons que estabilizam átomos. Oito como gramática entre o que os fundadores conheciam em geradores e o que hoje conhecemos em pixels — ambos traduzindo energia em código.
Ao caminhar entre as colunas, cada corpo em trânsito redesenha o circuito. Grafismos evocam circuitos elétricos, turbilhonamentos, organismos pulsantes. Texturas visuais dialogam com sons entre paisagem e síntese – águas históricas, pulsos digitais, circuitos, dados. O que emerge é memória ativa: a usina ainda converte, agora em linguagem sensível. A travessia entre luz e som completa o que os fundadores iniciaram: transformar o real em potência, fazer energia circular e ressoar.